Friday, February 22, 2008
Buraco Negro
Ao fim de três períodos, transfomo-me num buraco negro. Imaginem uma janela partida dentro de um avião em pleno voo, essa é uma pequena amostra da força com que sorvo não a matéria, mas os sentimentos. E é tão precisa a hora a que ocorre tal transformação que chego a ficar atónito.
Transloquei-me mortiferamente até aos teus braços. Absorvi em longos tragos os sentimentos que transpiraram pelos poros da tua pele desnuda de pilosidade. Esfaimado do teu corpo? Não o posso negar, mas não foi isso que mais desejei. Ficaste algo surpreendido quando te perguntei “ Não gostas de beijar?” ao que me respondeste “Gosto. Mas não sabia se querias, nem toda a gente quer.”. Beijaste-me de seguida ignorando o brilho sequioso do meu olhar, a rapidez com que suguei cada sentimento estravasado. Os meus braços eram raízes que penetravam em solo intacto. Ainda que não me queiras nutrir para todo sempre, tenho convicção de que vou sobreviver outros três períodos até que a janela se volte a estilhaçar. Preciso de encontrar solo seguro e deixar de penetrar em areias movedíças...
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